Humberto Pazian
Ninguém é exatamente igual a outra pessoa, mesmo os gêmeos geneticamente mais próximos possível, não são a mesma pessoa. Mesmo quando a clonagem humana for viável (se é que um dia o será), e os corpos forem tão semelhantes que nenhum aparelho científico, por mais sofisticado que seja, possa achar alguma dessemelhança, afirmamos: não serão iguais!
E por que será tanta convicção? Pelo fato de que todo corpo humano é habitado, ou melhor, utilizado por um só espírito e os espíritos são criados diferentes entre si. Até a romântica história das almas gêmeas pode ser entendida como almas que muito têm em comum, que se realizam pela simples presença e pela grande afinidade espiritual, mas não que sejam idênticas.
Seguindo esse raciocínio, podemos deduzir que mesmo que façamos parte de grupos afins, mesmo que haja muita harmonia entre as pessoas desses grupos poderá e, com certeza, sempre haverá discordância em relações as diversas observações da realidade. Esses grupos podem ser: as famílias, as empresas onde trabalhamos, o país em que vivemos e também a religião que abraçamos.
OS GRUPOS RELIGIOSOS
OS GRUPOS RELIGIOSOS
Toda religião tem em suas bases, conceitos e preceitos que de certa forma direcionam todo o corpo doutrinário. Nesse caso, como não poderia ser diferente, incluímos o Espiritismo.
Muitos conhecem o que chamamos de livros básicos da doutrina, compilados por Allan Kardec, e não poucas vezes os lemos e os utilizamos nas nossas reflexões e na solidificação de nossos argumentos. Como o conhecimento da doutrina está disponível a todas as pessoas e nada há ocultado ou restrito a grupos iniciáticos, pensamos erroneamente, algumas vezes, que todos deveríamos ter a mesma interpretação e as mesmas opiniões sobre o assunto, esquecendo de que não somos iguais em conhecimento e entendimento.
Quem é que detém a verdade, quem tem nas suas interpretações isenção de erros?
Cada um de nós tem um jeito todo especial, todo próprio de ver e sentir a vida e inserida nela está a religião que abraçamos. As divergências exaltadas entre irmão de um mesmo credo, quando observadas com ponderação, assemelham-se as infatigáveis e inúteis disputas infantis.
A ordem e a “pureza doutrinária” devem, sem nenhuma dúvida, ser sempre protegidas e preservadas por todos aqueles que se sintam nesse direito, mas há que se observar como lhes são atribuídos esse direito e se em nome dessa preservação não seja manchado com palavras ríspidas ou atos ferinos o ideal de amor que se quer preservar.
SEMPRE EM JESUS
Cada um de nós é dono e responsável pelo seu destino e a liberdade de expressão, ou livre arbítrio, deve ser reconhecido e exercitado por todos. Teremos sempre o direito e a oportunidade de, na hora certa, manifestarmos nossa opinião, lembrando que temos que encará-la sempre como “nossa” opinião e não a verdade absoluta. E aproveitando o próprio ensinamento que os grandes mestres espirituais já nos passaram, reflitamos: quando surgirem os momentos em que a dúvida quanto a esta ou aquela posição nos arredar a mente, lembremos sempre de Jesus, pois, com certeza, no Seu Evangelho encontraremos a solução.
Fonte: Jornal dos Espíritos
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